Geralmente, os pequenos empresários acreditam que não têm verba para contratar agências de propaganda. Pensam que fazer comunicação é fazer anúncio. É preciso entender que comunicar não é só fazer propaganda. A empresa já está se comunicando com seus públicos pela forma como se apresenta. Na realidade, a empresa comunica o tempo todo quando atende o cliente, quando atende ao telefone, quando veste o funcionário com um uniforme, quando expõe seus produtos numa vitrine, quando reserva um local para estacionamento, quando cobra ou parcela os débitos, quando impõe suas condições, etc.
“A propaganda é talvez a mais perigosa forma de comunicação porque chama a atenção para sua loja e seu produto. Ela põe o produto em evidência e, muitas vezes, promete o que não cumpre. Não se deve jogar o foco em cima do que não é verdadeiro. Se a loja não tem um bom atendimento e os vendedores não estão preparados para isso, e a propaganda disser que o cliente vai encontrar um excelente atendimento, a empresa estará expondo pontos fracos que serão alvo de reclamação”, observa Cláudia Romariz Lino, mestre em Comunicação Social e especialista em Administração de Marketing e Propaganda.
Segundo ela, comunicar é ter uma razão para as pessoas consumirem o seu produto sem inventar qualidades ou características falsas. “É criar benefícios sociais sem querer obter lucro com a ação proposta. Estamos às portas de uma nova época em que a consciência das empresas nos seus valores está crescendo. Por isso, a pequena empresa não precisa anunciar para se comunicar. É preciso ficar claro que a comunicação está acontecendo a todo o momento e que, antes de investir em qualquer campanha de mídia, é imprescindível arrumar a casa.
Comunicação é uma habilidade a ser adquirida e precisa ser constantemente treinada”, explica.Considerações à parte, é fundamental entender que o poder da comunicação é diretamente proporcional à forma com que ele é utilizado. Bem direcionado trará bons resultados e, de forma errada, pouco funcionará. É uma arma poderosa no amplo universo da comunicação e em todos os seus segmentos de mídia, sobretudo no ciclo mágico das marcas.
Em seu livro “Marca, o que o coração não sente, os olhos não vêem”, o publicitário Stalimir Vieira diz que o comportamento ético é o mais poderoso formador da imagem de uma marca. Acrescenta também que só o tempo traz a confiança, pois toda marca é prisioneira da imagem que o tempo lhe dá. “A publicidade não deve ser vista como uma cartola de mágico, de onde se extraiam méritos que não temos. A publicidade não complementa, não remenda, não agrega valor ao produto ou ao serviço anunciado. A publicidade não faz nada sozinha e só funciona quando tem como missão enaltecer qualidades reais. Se não houver satisfação, a publicidade fracassa. E o fracasso da publicidade tem o dobro do peso do seu sucesso. Porque é percebido como mentira. Quando digo que o sucesso da publicidade é absolutamente dependente da satisfação do consumidor, quero deixar bem claro que, enquanto a satisfação do consumidor não tem nada a ver com a publicidade, a insatisfação do consumidor, sim, tem tudo a ver com ela”, enfatiza Stalimir.

Basta o sinal do morcego para se lembrar do Batman. Não se imagina o “S” vermelho estampado no peito sem citar o Super Man. As marcas estão tão presentes no cotidiano que é preciso muito pouco para reconhecê-las; um minuto de atenção já é o suficiente para associar a idéia ao produto. A comunicação tem este poder sim, de recontar histórias, de inventar conceitos, recriar emoções e sonhos, às vezes quase impossíveis. Que nos tornam personagens cheios de liberdade, capazes de voar com eles pela imaginação e de ser também super-heróis. Pelo menos por um instante. Fique à vontade: escolha um deles na capa desta edição especial. Afinal, qual deles está estampado no seu peito?
por Chico Lúcio e Adriana Lima
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